quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Quer saber as oportunidades da China para os brasileiros?

Sob a liderança de Xi Jinping, a China entra em uma nova etapa de desenvolvimento de sua economia, hoje a segunda maior do mundo. Tecnologia e consumo são seus novos mantras. Os chineses já definiram o que querem, e isso nos afeta — para bem e para mal.

Pequim, Xangai e São Paulo - Quem andasse pelas ruas de pequim a dez dias do início do 18o congresso do partido Comunista Chinês, marcado para 8 de novembro, não perceberia nenhum sinal da aproximação do evento de escolha do novo presidente e da cúpula do governo do país pelos próximos dez anos.
 
  Num processo diametralmente oposto à recente eleição presidencial americana, o Congresso pouco desperta a atenção da população da segunda maior potência econômica do planeta. Uma estudante universitária de Xangai, coração econômico do país, chegou a dizer que teria de pesquisar no Baidu, a versão chinesa do Google, para saber a data da mudança.
Não que ela se importasse muito com a iminente troca de guarda de seu país. “Isso aqui é a China”, disse ela, pedindo para não ser identificada. “Minha opinião não faz a menor diferença. Além disso, o próximo presidente já está escolhido há anos. Todos sabem disso.” É verdade.
Todos já sabem que Xi Jinping, atual vice-presidente do país, é o escolhido para ser o secretário-geral do PC e, portanto, também o próximo presidente do país. A opinião da estudante é a mesma de quase três dezenas de chineses ouvidos por EXAME nas cidades de Hangzhou, Xangai e Pequim durante a segunda quinzena de outubro.
Os chineses também pouco sabem sobre Xi, além do fato de ele ser filho de um dos líderes da revolução chinesa próximo do ex-timoneiro Mao Tsé-tung e de ser casado com uma cantora do Exército. Aos 59 anos, Xi é formado em engenharia química e doutor em direito. É conhecido por posições liberais e por apoiar a continuidade das reformas econômicas.
Em um país com 4 000 anos de história, e onde democracia nunca passou de uma ideia estrangeira, esse desinteresse é compreensível. A transformação da China nos últimos 30 anos é algo sem precedentes, e as políticas de abertura econômica não serão alteradas pelo novo presidente, muito pelo contrário.
O maior desafio de Xi Jinping será manter o país no mesmo rumo que tirou 300 milhões de pessoas da pobreza nas últimas duas décadas e tornou a China um dos moto­res vitais da economia mundial. As decisões do novo presidente serão acompanhadas com lupa por governos e empresários do mundo todo.
O objetivo é claro — levar a prosperidade para o próximo bilhão de chineses. Mas o caminho, não. O modelo de exportação de manufaturados e pesados investimentos em infraestrutura terá de ser refinado. Mais chineses terão de trocar o campo pela cidade. E todos terão de gastar mais.

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