sábado, 22 de dezembro de 2012

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Grupo Mônaco

Consórcio Nacional Mônaco leva clientes para Munique

Pelo menos duzentos frotistas do Pará/Maranhão/Piaui e Mato Grosso, integrantes do Consórcio Nacionasl Mônaco,  participaram da comitiva que esteve em setembro na Alemanha, para alguns dias de relax total em Munique e demais cidades do país mais desenvolvido da Europa, com todas as despesas pagas por aquela empresa de consórcio, a exemplo do que já ocorreu ano passado, quando o primeiro grupo de consorciados do Consorcio Nacional Mônaco, participou de uma turnê no Chile conhecendo todas as belezas daquele aprasivel país da América do Sul.

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MEC Divulga Cursos Com Vestibular Suspenso

O Ministério da Educação publicou nesta quarta-feira (19) no Diário Oficial da União a lista de cursos superiores que não alcançaram resultados satisfatórios no Conceito Preliminar de Curso (CPC) de 2008 e de 2011, e sofrerão medidas cautelares, entre elas a suspensão do ingresso de novos alunos.
A publicação divide os cursos em dois grupos: os 112 que melhoraram a nota entre 2008 e 2011, e por isso são considerados de tendência positiva, e os 88 que pioraram, classificados como de tendência negativa.

Aos cursos de tendência positiva está aberta a possibilidade de reverter a suspensão do vestibular ainda em 2013, se seguirem as regras definidas pelo MEC para se reabilitar. Já os de tendência negativa não poderão abrir processos seletivos no ano que vem.
Todos os cursos deverão assumir um protocolo de compromissos com o MEC, criar uma comissão para acompanhar esse protocolo e definir prazos e metas para melhorar a qualidade do ensino. O Inep fará avaliações in loco ao fim do prazo, e as instituições que não cumprirem o compromisso estabelecido poderão ter a autorização de funcionamento cassada.
O Diário Oficial da União traz ainda a lista de todos os cursos que tiveram CPC negativo em 2011.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Jornalista CARLOS MENDES fala à revista UFO

"Ora, achei sem sentido sua história, de que o pai entregaria a ele algo tão sério quanto a revelação dos negativos da missão militar na selva, justamente uma operação ultra-secreta que tinha a NASA, a CIA e as Forças Armadas brasileiras muito envolvidas. Não era apenas a Força Aérea Brasileira (FAB) que tinha interesse em manter os resultados da Operação Prato sob sigilo, mas também a NASA e a CIA. Como o próprio rapaz dizia que fazia isso para sacanear o pai, não há nada de sério que possa ser interpretado. Tudo não passou de brincadeira. E se foi brincadeira, não pode ser levado a sério". (Carlos A. S. Mendes, jornalista investigativo)

De todos os jornalistas que investigaram e fizeram reportagens sobre o chupa-chupa e a Operação Prato, ocorrida na Amazônia em 1977, um tem um repertório especialmente rico para contar. Trata-se do paraense Carlos Augusto Serra Mendes, que na época trabalhava no extinto jornal O Estado do Pará e foi incumbido de fazer a cobertura de inúmeros casos de avistamentos de UFOs e ataques a pessoas em Colares, Baía do Sol, Santo Antônio do Tauá e demais áreas da região nordeste do estado. Mendes não teve nenhum avistamento nem contato com os objetos voadores não identificados que lá operavam, mas é uma das pessoas que mais conheceu toda a situação que se abateu sobre o Pará. “Eles nunca apareciam onde eu estava. Às vezes eu ia a uma localidade onde, durante semanas, os fenômenos estavam ativos. Mas era só eu chegar e parava tudo”, declarou.

Ele concedeu uma entrevista à UFO há alguns anos, que nunca foi publicada por ter a revista veiculado matérias anteriores sobre o assunto, achando desnecessário voltar a ele. Nela Mendes mostrou novamente ser um “acervo humano” de tudo o que se refere a UFOs na Amazônia, em especial a Operação Prato, por ter convivido com alguns de seus integrantes. Ainda jovem jornalista durante a ditadura, sofreu forte pressão dos militares para que arrefecesse a publicação de suas matérias sobre o chupa-chupa. Era constantemente seguido quando ia às áreas atacadas e mesmo em Belém, enquanto fazia a cobertura de fatos que nada tinham a ver com Ufologia. “Eles sabiam quem eu era e me acompanhavam o tempo todo”. Mendes teve muitos diálogos com o comandante da operação, o então capitão Uyrangê Hollanda, depois coronel, e o descreve como um homem forte e opressor, determinado e ditador, uma imagem bem diferente da que apresentam outros de seus contemporâneos. “O capitão era um homem muito difícil, praticamente inacessível e inabordável”.

Recentemente, por intermédio da UFO, Mendes tomou conhecimento da entrevista concedida por Fernando Costa, filho do falecido sargento Flávio Costa, a um site cético, na qual tentou colocar sob suspeita alguns dos resultados obtidos na Operação Prato, como as fotos obtidas. Como se sabe, o programa Fantástico, da Rede Globo, de 15 de agosto, colocou em dúvida as fotos da Operação Prato, contando com a assessoria das pessoas que teriam entrevistado Fernando – que tem um blog na internet em que se apresenta como Fernando Dako. O Fantástico, no entanto, sequer entrevistou diretamente Fernando, apenas baseou-se no que o site alegava que ele teria dito. E também não consultou nenhum ufólogo que verdadeiramente conheça a Operação Prato para comentar o que disse o rapaz, cuja história é extremamente fraca, como se verá nesta entrevista. Enfim, a verdade vem à tona e mostra que, por trás das aludidas "revelações" do tal site cético, há nada além de uma falácia, já devidamente apresentada anteriormente pela Revista UFO, em sua edição 155, no artigo Mais uma falácia cética é desmontada.

O sargento Costa, pai de Fernando, como se sabe, era o assessor direto e subordinado de Hollanda em todas as ações militares na selva, e era quem preenchia os relatórios das missões de investigação e vigílias ufológicas. Sua assinatura [De Flávio Costa, obviamente] aparece em muitas páginas dos documentos da operação, resgatadas pelos ufólogos. Na época, Fernando era adolescente e, na entrevista que concedeu, disse que seu pai o obrigava a revelar fotos que os militares tinham obtido dos UFOs durante as missões, num laboratório improvisado na casa da família. Alegou que resolveu fazer “brincadeiras” e “sacanagens” com o pai, manipulando os negativos para forjar discos voadores nas fotos que revelava.

As declarações de Fernando Costa foram muito mal recebidas pela Comunidade Ufológica Brasileira, em especial pelos integrantes da Revista UFO, que estão à frente de boa parte de todas as investigações e revelações que já se fez no país sobre a Operação Prato. É simplesmente incabível que um integrante da equipe de militares e especialistas da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse entregar a um adolescente uma tarefa tão importante quanto a revelação das fotos de discos voadores obtidas durante a operação. Afinal, eram evidências concretas da ação de forças alienígenas em operação no Pará, conseguidas por um grupo militar em missão oficial para investigá-las, documentá-las, e que, no processo, contou com a ajuda de integrantes da Força Aérea Norte-Americana (USAF), da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), do temido Serviço Nacional de Informações (SNI) - órgão repressor da época da ditadura - etc. Vejamos as declarações de Carlos Augusto Serra Mendes sobre a entrevista e as alegações de Fernando Costa.

Carlos, como repórter, você acompanhou todo o desenvolvimento do chamado fenômeno chupa-chupa, até o ponto em que a Força Aérea Brasileira (FAB) passou a investigar o assunto oficialmente, montando a Operação Prato. Baseado em sua cobertura dos avistamentos e dos ataques às vítimas, o que você acredita que tenha sido o chupa-chupa? Até hoje busco esta resposta e não a encontro. Até mesmo na Comunidade Ufológica Brasileira ainda não encontrei uma explicação que se aproximasse daquilo que os moradores de Colares, Santo Antônio do Tauá, Baía do Sol e a região nordeste do Pará viveram, literalmente, na pele. Foi algo inusitado, até mesmo para os estudiosos. Sou apenas um jornalista e não pesquisador do Fenômeno UFO, mas acho que a resposta será sempre buscada pelas futuras gerações. Não cabe mais a ninguém dizer que os fatos foram inventados ou produto de psicose coletiva de caboclos pobres e ignorantes do Pará. Isto, além de visão preconceituosa, é de uma burrice atroz.

Quando a FAB iniciou suas investigações oficiais, através da Operação Prato, você também acompanhou os trabalhos e chegou a conhecer e dialogar com seu comandante, o então capitão Uyrangê Hollanda. O que você pode nos dizer da operação e principalmente do capitão? Como militar, o então capitão Uyrangê Hollanda era um homem extremamente disciplinado e competente no desempenho das missões que lhe eram confiadas. No caso da Operação Prato, acho que ele se expôs demais para seus superiores ao manifestar suas idéias sobre UFOs. Se ele tivesse demonstrado incredulidade diante do que viu em Colares e na região, acho que hoje a Ufologia Mundial teria as respostas que angustiantemente busca para entender o que ocorreu há 30 anos no Pará. O capitão deixou aflorar seu lado civil ao entender o fenômeno e descrevê-lo a seus superiores. Há segredos que um militar não deve revelar em hipótese alguma. Mesmo sobre coisas para as quais não se tem explicação. Foi esse o erro do Hollanda. A Operação Prato começou bem, cheia de cuidados e com os militares alegando que estavam à caça de comunistas, tentando desmontar supostos experimentos militares de guerra que a extinta União Soviética tivesse interesse em realizar na Amazônia. Mas era tudo balela, coisa da direita que ocupava o poder no Brasil. O fato é que a Operação Prato atirou no que viu e acertou no que não viu. E era coisa que jamais um militar tinha visto. Não havia o que explicar, ou entender. O capitão Uyrangê Hollanda quis convencer seus superiores de que era algo que extrapolava a compreensão humana, mas caiu do cavalo e teve a missão militar abortada. Entrou em depressão e nunca mais se recuperou. O trauma o venceu e a depressão o levou à morte.

Você esteve em várias vigílias nas regiões afetadas pelo chupa-chupa, mas disse nunca ter visto nada estranho. Mas um colega seu daquela época, o repórter fotográfico José de Ribamar dos Prazeres, não somente viu o chupa-chupa como tirou várias fotografias do fenômeno. O que elas continham e o que ele lhe descreveu? O Ribamar era um fotógrafo fantástico. Ele tinha o dom de estar no lugar certo, na hora certa, para dar o clique certo no momento de documentar um fato. Ele trabalhou comigo no jornal O Estado do Pará e ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo por estar na frente de uma delegacia policial na hora em que acusados de matar uma criança foram linchados pela população enfurecida. O Riba, como era conhecido na redação, fez fotos impressionantes. Barbaramente impressionantes. E foi assim que ele atuou no caso do chupa-chupa, fazendo aquelas fotos do fenômeno. Aliás, fotos que a Aeronáutica confiscou e disse que eram dela. Foi um caso típico de apropriação indébita. O Riba morreu com essa mágoa, do coração, em 1991. Ele fotografou uma nave-mãe, ou coisa semelhante, sobre o carro da reportagem do O Estado do Pará, numa estrada de acesso à Baía do Sol. O outro repórter que estava com ele, o Biamir Siqueira, também já falecido, ficou perplexo com o tamanho da nave e quase desmaiou. Eles me acordaram em casa, na mesma noite, para contar o que tinham visto e documentado. Estavam muito nervosos. Dei crédito a eles, pois eram jornalistas sérios e confiáveis.

Como ocorreu o confisco das fotos dos repórteres pelos militares da Aeronáutica? O capitão Uyrangê Hollanda compareceu pessoalmente com seus homens na redação do O Estado do Pará e exigiu que elas fossem entregues. Ele deu a ordem ao próprio chefe de redação, o Walmir Botelho, para que entregasse os negativos e as fotos do Ribamar para a Aeronáutica. O Walmir tremeu nas bases e entregou, mas só depois que o jornal publicou algumas daquelas fotos, inclusive a da nave-mãe, que saiu na primeira página de uma dada edição com o título Eis o Chupa-Chupa. Havia muitas outras fotos inéditas que o Walmir não publicou e entregou para o Hollanda. E muitas delas acabaram creditadas como se tivessem sido obtidas pelos militares da Força Aérea Brasileira (FAB), quando na verdade foram feitas por jornalistas e fotógrafos dos jornais paraenses.

O que você acha que poderia ter ocorrido ao Walmir e ao O Estado do Pará caso as fotos e negativos não fossem entregues? Sinceramente, não sei. Era um período de ditadura militar e da cabeça de ditadores tudo se espera. Mas acho que, pela extrema importância da investigação comandada pelo capitão Uyrangê Hollanda, não ficaria barato para o Walmir se ele se negasse a entregar os filmes do Ribamar. O Hollanda chegou a afirmar que aquilo era caso de segurança nacional. Ora, se era, o Walmir corria o risco de ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional, que estava em pleno vigor, cortando cabeças de quem ousasse defender a liberdade de expressão. Acho que o Walmir preferiu agir com cautela, entregando os filmes depois de publicar algumas fotos. O Hollanda tinha fama de durão e muita gente tinha medo dele. Num regime de exceção, o jornalista pensa da seguinte maneira: se um capitão é assim, imagine um coronel ou general. É “ralado” [Difícil], como se diz aqui no Pará.

Qual foi a reação do Walmir Botelho e dos demais integrantes de O Estado do Pará ao verem algumas de suas fotografias passarem a ser publicadas por aí como se tivessem sido feitas pelos militares? E do Ribamar e do Biamir? Hoje o Walmir ainda ri muito disso. Ele sempre considerou extraordinário o caso do fenômeno chupa-chupa, e na época liberou equipes de reportagem para viajar pelo interior do Pará documentando o que acontecia. Eu tinha carta-branca dele, assim como o Ribamar, o Biamir e outros. Sabe aquele cético que se dobra às evidências? O Walmir é assim! Ele dava credibilidade àquilo que o jornal apurava. O cético que é cético só por ser, e que não aceita nada que não tenha origem em seu próprio ceticismo, é um tolo metido a inteligente. Prefiro o cético que tem o mínimo de argumentação científica para solidificar seu ceticismo. Eu sou meio cético também, mas não cultivo a arrogância nem a ignorância diante das evidências.

O capitão Uyrangê Hollanda tinha uma espécie de braço-direito nas ações na selva, que era o sargento Flávio Costa. Era ele quem fazia os relatórios das vigílias e dos avistamentos. Você o conheceu? O que sabe sobre ele? Tive raros contatos com o sargento Costa, como era conhecido na tropa. Quando ele estava ao lado do capitão Uyrangê Hollanda, só quem falava era o Hollanda. O sargento tinha autonomia relativa na Operação Prato, pois era o Hollanda quem dava as cartas e dizia como e o que fazer. Vi várias vezes, lá em Colares, ele dando ordens aos militares, que obedeciam sem piscar, “sim, senhor”. 
crédito: BLOG FERNANDO DAKO
Fernando Costa, que declarou ter, supostamente, forjado imagens de UFOs da Operação Prato
Fernando Costa, que declarou ter forjado imagens de UFOs da Operação Prato
 Recentemente, o filho do sargento Flávio Costa, Fernando, deu uma entrevista a um site cético e tentou diminuir a importância da Operação Prato, colocando sob suspeita seus resultados. Você tem conhecimento das declarações do Fernando? O que sabe sobre ele? Em 2005, eu fiz uma longa entrevista com a médica Wellaide Cecim Carvalho para o jornal O Liberal, que gerou muita repercussão local e nacional. Logo depois disso, o Fernando Costa ligou para minha casa e se identificou como filho do sargento Flávio Costa. Ele contou uma história meio confusa, dizendo que, quando adolescente, manipulava os negativos da Operação Prato. Eu achei que ele queria dizer algo importante, mas não voltamos a falar. Depois, pensando bem, interpretei sua atitude como de alguém em busca de quinze minutos de fama.

Tentando colocar sob suspeita os resultados da Operação Prato, o Fernando afirmou que “sacaneava” o pai ao ser mandado por ele para revelar fotos obtidas durante a missão militar num laboratório fotográfico improvisado em sua casa. Disse que chegou a ampliar qualquer ponto luminoso que houvesse no negativo, por brincadeira, para que ficasse parecido com um disco voador. E que, assim, várias das fotos da operação, tidas como de chupa-chupa, seriam suas “sacanagens”. O que você acha dessa declaração? Ora, achei sem sentido sua história, de que o pai entregaria a ele algo tão sério quanto a revelação dos negativos da missão militar na selva, justamente uma operação ultra-secreta que tinha a NASA, a CIA e as Forças Armadas brasileiras muito envolvidas. Não era apenas a Força Aérea Brasileira (FAB) que tinha interesse em manter os resultados da Operação Prato sob sigilo, mas também a NASA e a CIA. Como o próprio rapaz dizia que fazia isso para sacanear o pai, não há nada de sério que possa ser interpretado. Tudo não passou de brincadeira. E se foi brincadeira, não pode ser levado a sério.

Você acha então que o Fernando apenas queria aparecer no cenário, em 2005, quando a Operação Prato voltou a ser alvo da mídia, e não só localmente, em Belém, mas em todo o Brasil, especialmente com a produção do programa Linha Direta, da Rede Globo? Você não se interessou em fazer uma matéria com ele? Sim, era isso. E não me interessei por sua estória (sem h, mesmo) porque ela não tinha aquilo que em jornalismo se chama de “gancho”. Não “puxava” para fato algum, porque não havia fato. Era uma brincadeira, como ele mesmo disse. E se é brincadeira, não gera fato para ser esmiuçado, questionado. Você vai duvidar de quê? De uma brincadeira? Da ampliação de um ponto de luz num negativo para mostrar aos crédulos de que se trata de um disco voador? É preciso uma paciência de Jó para dar importância a isso. Se o Fernando tiver algo mais consistente para provar e desmentir a Operação Prato, demonstrando que foi tudo fraude, eu serei o primeiro a entrevistá-lo. Esta seria a reposição de uma verdade histórica, sonegada há 30 anos do grande público. Se ele tiver a prova, o James Randy perderá o emprego de maior cético do mundo. Mas duvido que a tenha!

Tendo por base seu conhecimento da seriedade dos militares à frente da Operação Prato, especialmente do capitão Uyrangê Hollanda e do sargento Flávio Costa, e conhecendo o fenômeno chupa-chupa a partir das inúmeras testemunhas que entrevistou, você acredita que as fotografias que vazaram para os ufólogos poderiam mesmo ser o resultado de “brincadeiras” e de “sacanagens” de um adolescente? Se as fotos dos militares que vazaram para os ufólogos foram as que o Fernando Costa alega que adulterou, então ele deve ter tido um trabalhão. Afinal, foram centenas de fotos tiradas pela equipe do Hollanda. E ainda havia horas e horas de filmagens. Se foi tudo “sacanagem” e “brincadeira” de um adolescente, os militares em Brasília que deram credibilidade a essas fotos, além dos técnicos da NASA e agentes da CIA que acompanharam a Operação Prato, estão precisando voltar aos bancos escolares. Caíram numa trapaça de um jovem e não perceberam. É, parece aquele personagem de humor do Jô Soares, que sempre dizia no final, após constatar o logro em que havia caído: “eu acreditei!” Recuso-me a aceitar que tenha sido assim. Seria uma desonra para os nossos militares, e eles não merecem isso.

O Fernando declarou também que seu pai, durante a Operação Prato, reclamava da falta de recursos que os militares tinham para conduzir suas ações na selva. O que você sabe sobre isso? Não posso responder, porque esse era um problema das Forças Armadas. Agora, acho estranho o Fernando dizer que o pai havia alegado esses problemas para desempenhar a contento a Operação Prato. Os militares comandados pelo capitão Uyrangê Hollanda tinham o melhor equipamento fotográfico e filmadoras da época. Melhor até que os do Ribamar, que fotografou a nave-mãe. Além disso, tinham helicópteros, barcos e carros, além de hospedagem pagas pela Aeronáutica. Se reclamavam, faziam de barriga cheia.

O capitão Uyrangê Hollanda disse para a Revista UFO que no começo da Operação Prato os recursos eram um pouco escassos. Mas que depois, com os primeiros resultados, eles foram se ampliando. Inclusive, disse que militares norte-americanos forneceram aos brasileiros equipamentos e filmes de última geração. O Hollanda me disse em Colares que os militares tinham os equipamentos mais modernos do mundo. Até brincou com o fotógrafo que estava comigo, dizendo que o jornal em que trabalhávamos deveria comprar equipamentos melhores. E olha que a câmera do fotógrafo era moderna, tinha um zoom que era o último tipo no mercado e uma angulação espetacular. Na verdade, o pessoal da Operação Prato foi muito bem equipado e preparado com filmes de última geração para a época. Se no início, quando apenas “caçavam comunistas e subversivos em Colares”, o equipamento era ruim, depois melhorou da água para o vinho. Havia algo que justificasse aquilo. O Hollanda e o Comando da Aeronáutica no Brasil sabiam o que era o chupa-chupa, algo muito estranho e que eles não estavam acostumados a ver nos céus. Que, aliás, não era só de brigadeiros...


Considerando que as melhores fotos da Operação Prato foram obtidas justamente na fase final da mesma, quando os militares já usavam os equipamentos e filmes de última geração, oferecidos pelos militares norte-americanos, o que pensar das declarações do Fernando? Será que ele iria “brincar” e fazer “sacanagens” também com estes equipamentos e filmes? Se ele mexeu em filmes que continham fatos extraordinários, isto seria percebido quando as mesmas fotografias fossem analisadas pelos especialistas militares. Pensar o contrário seria abusar da minha, da sua e da inteligência dos leitores da Revista UFO.

Steve Jobs: o falso mito, o explorador

Steve Jobs: o falso mito, o explorador

Steve Jobs, tudo pelo dinheiroEm 5 de outubro de 2011 morria Steve Jobs, dono da Apple. Os panegíricos e as hagiografias à sua pessoa pululavam até o aborrecimento em todos os mass media, como se fosse um santo, um gênio e um grande homem. Uma semana depois falecia Dennis MacAlistair Ritchie, cientista da computação estadunidense, e ninguém ficou sabendo. Enquanto do primeiro se falava em todos os meios de comunicação, o segundo apareceu apenas em alguns e como notícia secundária.
Dennis Ritchie é considerado um dos pais da computação moderna. Sua contribuição foi imensa: colaborou com a arquitetura e o desenvolvimento dos sistemas operacionais Multics e Unix, assim como com o desenvolvimento de várias linguagens de programação, como a C, tema sobre o qual escreveu um célebre clássico das ciências da computação junto com Brian Wilson Kernighan: A linguagem de programação C. Recebeu o Prêmio Turing de 1983 pelo desenvolvimento da teoria dos sistemas operacionais genéricos e sua implementação na forma do sistema Unix. Em 1998 lhe foi concedida a Medalha Nacional de Tecnologia dos EUA. No ano de 2007 se aposentou, sendo o chefe do Departamento de Pesquisa em Software da Alcatel-Lucent. Jobs, ao contrário, não foi “o maior contribuinte do mundo da informática”, como alguns o qualificaram. As contribuições de Jobs na área propriamente dita são simplesmente nulas.
A imprensa ianque ressaltava que Jobs teve “uma vida exemplar e extraordinária”; e a de outros países, não ficando para trás, lhe renderam cumprimentos como “um homem que quis dar seu amor e dedicação para satisfazer as massas”, “pioneiro”, “um grande criador de postos de trabalho” e “revolucionário”, entre outros alardes de servilismo e ignorância.
Jobs fez uma enorme fortuna (estimada em 8,5 bilhões de dólares) à base da utilização e exploração em benefício próprio de bens comuns sem os quais não alcançaria seus êxitos e, claro, da exploração de outros seres humanos (especificamente em Shenzen, na China, onde se exploram brutalmente os trabalhadores que têm jornadas de seis dias por semana, 16 horas por dia, e em condições militares em suas linhas de produção; onde se produzem suicídios e se assinam contratos nos quais se renuncia aos direitos trabalhistas e até penais, segundo publicou o jornal inglês Daily Mail). Existe um ambiente de terror bem-documentado na obra de Mike Daisey A agonia e o êxtase de Steve Jobs. A hostilidade de Jobs às classes trabalhadoras já era há muito conhecida, como expressa seu conselho a Obama para imitar a China, o que permitiria às empresas estadunidenses, na China e nos EUA, que “fizessem o que quisessem” [sic], sem nenhum tipo de proteção aos trabalhadores nem ao meio ambiente.
Também quiseram nos apresentar Jobs como um gênio que trouxe grandes avanços à tecnologia e ao design. Como já dissemos, não apenas não fez absolutamente nada como também se utilizou em benefício próprio de bens comuns, sendo que seus designs sempre foram questionados por serem plágios ou cópias descaradas do que outros criavam. (Algumas manchetes: O design do novo iMac… plagiado?, O Navegante, janeiro de 2002; Samsung acusa Apple de copiar design do Ipad, VidaDigitalRadio.com; Apple copia design de Kubrick…, Apple copia Android em seu iO5, etc., etc.).
Seu objetivo sempre foi acumular dinheiro – e, quanto mais, melhor. Para as corporações ianques e “empreendedores” do mundo capitalista ele era e ainda é o exemplo perfeito do que se deve ser; para as classes populares, para o proletariado mundial, é o paradigma do que devemos combater.
(Extraído do jornal Octubre, do Partido Comunista Espanhol Marxista Leninista)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Voto Eletrônico: Hacker revela no Rio como fraudou eleição

Fonte: Ascom/OM/Apio Gomes | 11 de dezembro de 2012
Um novo caminho para fraudar as eleições informatizadas brasileiras foi apresentado ontem (10/12) para as mais de 100 pessoas que lotaram durante três horas e meia o auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (SEAERJ), na Rua do Russel n° 1, no decorrer do seminário “A urna eletrônica é confiável?”, promovido pelos institutos de estudos políticos das seções fluminense do Partido da República (PR), o Instituto Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista (PDT), a Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini.
Acompanhado por um especialista em transmissão de dados, Reinaldo Mendonça, e de um delegado de polícia, Alexandre Neto, um jovem hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel por questões de segurança, mostrou como -- através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados beneficiando candidatos em detrimento de outros - sem nada ser oficialmente detectado.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.
O depoimento do hacker – disposto a colaborar com as autoridades –  foi chocante até para os palestrantes convidados para o seminário, como a Dra. Maria Aparecida Cortiz, advogada que há dez anos representa o PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assuntos relacionados à urna eletrônica; o professor da Ciência da Computação da Universidade de Brasília, Pedro Antônio Dourado de Rezende, que estuda as fragilidades do voto eletrônico no Brasil, também há mais de dez anos; e o jornalista Osvaldo Maneschy, coordenador e organizador do livro Burla Eletrônica, escrito em 2002 ao término do primeiro seminário independente sobre o sistema eletrônico de votação em uso no país desde 1996.
Rangel, que está vivendo sob proteção policial e já prestou depoimento na Polícia Federal, declarou aos presentes que não atuava sozinho: fazia parte de pequeno grupo que – através de acessos privilegiados à rede de dados da Oi – alterava votações antes que elas fossem oficialmente computadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
A fraude, acrescentou, era feita em beneficio de políticos com base eleitoral na Região dos Lagos – sendo um dos beneficiários diretos dela, ele o citou explicitamente, o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB). A deputada Clarissa Garotinho, que  também fazia parte da mesa, depois de dirigir algumas perguntas a Rangel  - afirmou que se informará mais sobre o assunto e não pretende deixar a denúncia de Rangel cair no vazio.
Fernando Peregrino, coordenador do seminário, por sua vez, cobrou providências:
“Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano, Rangel o está denunciando com todas as letras -  mas infelizmente até agora a Polícia Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece porque  ele atinge a essência da própria democracia no Brasil, o voto dos brasileiros” – argumentou Peregrino.
Por ordem de apresentação, falaram no seminário o presidente da FLB-AP, que fez um histórico do voto no Brasil desde a República Velha até os dias de hoje, passando pela tentativa de fraudar a eleição de Brizola no Rio de Janeiro em 1982 e a informatização total do processo, a partir do recadastramento eleitoral de 1986.
A Dra. Maria Aparecida Cortiz, por sua vez, relatou as dificuldades para fiscalizar o processo eleitoral por conta das barreiras criadas pela própria Justiça Eleitoral; citando, em seguida, casos concretos de fraudes ocorridas em diversas partes do país – todos abafados pela Justiça Eleitoral. Detalhou fatos ocorridos em Londrina (PR), em Guadalupe (PI), na Bahia e no Maranhão, entre outros.
Já o professor Pedro Rezende, especialista em Ciência da Computação, professor de criptografia da Universidade de Brasília (UnB), mostrou o trabalho permanente do TSE em “blindar” as urnas em uso no país, que na opinião deles são 100% seguras. Para Rezende, porém, elas são "ultrapassadas e inseguras". Ele as comparou com sistemas de outros países, mais confiáveis,  especialmente as urnas eletrônicas de terceira geração usadas em algumas províncias argentinas, que além de imprimirem o voto, ainda registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula, criando uma dupla segurança.
Encerrando a parte acadêmica do seminário, falou o professor Luiz Felipe, da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que em 1992, no segundo Governo Brizola, implantou a Internet no Rio de Janeiro junto com o próprio Fernando Peregrino, que, na época, presidia a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). Luis Felipe reforçou a idéia de que é necessário aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro - hoje inseguro, na sua opinião.
O relato de Rangel – precedido pela exposição do especialista em redes de dados, Reinaldo, que mostrou como ocorre a fraude dentro da intranet, que a Justiça Eleitoral garante ser segura e inexpugnável – foi o ponto alto do seminário.
Peregrino informou que o seminário  será transformado em livro e tema de um documentário que com certeza dará origem a outros encontros sobre o mesmo assunto - ano que vem. Disse ainda estar disposto a levar a denuncia de Rangel as últimas conseqüências e já se considerava um militante pela transparência das eleições brasileiras: “Estamos aqui comprometidos com a trasnparência do sistema eletrônico de votação e com a democracia no Brasil”, concluiu. (OM)


Estranhos efeitos em um suposto caso de abdução

Por Vitório Peret
Por Vitório PERET*
Do Rio de Janeiro
para UFOVIA
BELÉM DO PARÁ - Era início de julho de 1977 algumas pessoas estavam reunidas na praça da Baía do Sol (Mosqueiro), em Belém/PA, para mais uma vigília. Foi então que tomamos conhecimento através de populares, sobre um caso ocorrido na localidade de Igarapé Açu, poucos dias antes. Como passaríamos a noite em Mosqueiro, decidimos que ao amanhecer iríamos nos deslocar até aquela região, distante uns 90km dali.
FRANCISCO - Lá chegando procuramos as pessoas envolvidas no caso e ouvimos o seguinte:  O Sr. Francisco,  72 anos como, de hábito desde jovem acordava nas madrugadas para retirar sua rede de cercar igarapé (pesca de camarão). Nunca ao longo de seus anos de pescador havia perdido a hora para sair de casa e naquela madrugada, surpreso, percebeu que já havia amanhecido. Sua casa toda feita em madeira deixava entrar pelas frestas e pelo telhado, uma luz que segundo nos disse, imaginou ser do sol.
 Região de Marajó: O Pupupú é o transporte mais eficiente da região.
 
Retornou ao quarto e chamou sua esposa, dona Ana, para dizer-lhe que o sol já estava alto e que provavelmente, já teriam roubado sua rede e não teriam, portanto o que almoçar. A esposa logo percebeu que realmente já era dia claro e foi com ele até a cozinha, mas tinham dúvidas quanto ao horário, pois em suas mentes, ainda era início da madrugada. Com cautela resolveram abrir a porta dos fundos que dava para seu imenso quintal.
 
LUZ INTENSA - Neste momento uma intensa luz avermelhada invadiu o ambiente, obrigando Francisco a fechar a porta imediatamente. A intensidade da luz deixou ambos encandeados durante alguns minutos, sentia uma queimação que os impedia de abrir os olhos. Passado algum tempo foram recobrando a visão quando então, deram conta de que a luz já não estava mais naquele local.
 
Sr. Francisco embora aconselhado pela esposa a não sair, decidiu abrir novamente à porta e percebeu que ainda era noite profunda, não sabia exatamente a hora, pois não possuíam relógio. No quintal, tudo parecia calmo e, tomado de coragem decidiu ir buscar sua rede e assim partiu contrariando a esposa.

 
'Os galhos e as folhas apresentavam externamente uma aparência
perfeita em suas cascas e bordas, porém internamente estavam
como carvão, ao esfregar uns aos outros esfarelavam facilmente'
 
SUMIÇO - O dia amanheceu, as horas passavam e nada de Francisco voltar. dona Ana decidiu então procurar por seus quatro filhos que moravam nas proximidades e então contou a eles o que havia acontecido durante a noite. Os filhos reuniram-se e decidiram fazer uma busca nos locais onde costumavam pescar. Procuraram por várias horas e nada, até que um deles encontrou e reconheceu o chapéu que seu pai usava. Voltaram à casa de sua mãe para reunir vizinhos e amigos para intensificar as buscas, já que a noite se aproximava.
 
Com o auxílio de lamparinas buscaram muitos lugares noite adentro, mais nenhum vestígio de seu pai, indagaram a outros que ali pescavam e não havia nenhuma informação. Decidiram então suspender as buscas e reiniciá-las logo ao raiar do dia. Tal procedimento foi feito durante quatro dias consecutivos e mais nada souberam de Francisco.
 
Certos de que seu pai havia se afogado, reuniram as pessoas da família, amigos e vizinhos ao amanhecer do quinto dia. Estavam todos no quintal da casa quando um deles avistou o Sr. Francisco vindo pelo caminho. Alegremente correram todos ao seu encontro, o que lhe causou grande espanto, pois segundo suas palavras não entendia o porque de tanta gente em sua casa.
 
TEMPO PERDIDO - O filho mais velho contou ao pai o que se passara e que ele estivera desaparecido por quatro longos dias, foi quando então Sr. Francisco mais surpreso ainda lhes disse: “Êpa, 'peraí', não tem nem três horas que eu saí de casa, ainda num ‘tá’ nem na hora do almoço” e abrindo um paneiro mostrou a todos o resultado de sua pescaria e os amigos se retiraram sem nada entender.
 
Para Francisco, tudo estava perfeitamente normal, até seu chapéu estava no prego atrás da porta. Após ouvirmos este caso narrado pelo próprio Francisco, dona Ana nos levou até sua cozinha e nos mostrou no assoalho de tábuas a marca provocada pela luz no ângulo de abertura da porta, foram cerca de uns 45º de uma leve queimadura (uma sombra).  Nenhum de nós havia levado máquina fotográfica para registrar algo tão importante.
 
Fora da casa com D. Ana, admirávamos o terreno onde havia muitas árvores quando Francisco nos chamou para olhar com atenção nas árvores mais altas. A princípio não vimos nada que pudesse realmente chamar nossa atenção, foi quando então com auxílio de uma corda e forquilha, quebramos diversos galhos e o que vimos nos causou imensa surpresa.
 
PLANTAS CHAMUSCADAS - Os galhos e as folhas apresentavam externamente uma aparência perfeita em suas cascas e bordas, porém internamente estavam como carvão, ao esfregar uns aos outros esfarelavam facilmente. Foram recolhidas pela equipe, várias amostras das folhas e galhos para serem encaminhadas para análise. Posteriormente, com o auxílio do comandante da extinta companhia aérea Cruzeiro do Sul, que acompanhava nossa equipe como convidado, o material foi encaminhado ao C.I.O.V.E. (Centro Investigador de Objetos Volantes Extraterrestres), entidade espanhola com sucursal em São Paulo.
 
O laudo do C.I.O.V.E., assinado pelo Sr. Osni Schwarz, datado de 16 de julho de 1979, atestou  que:
1) As fibras vegetais encontravam-se desidratadas;
2) As células mortas pro ação do calor, demonstram que o material foi exposto por momentos a grandes temperaturas;
3) Não possuem radioatividade.
 
Esta investigação foi realizada atendendo a uma solicitação do militar João Flávio de Freitas Costas, membro, fotógrafo e desenhista da Operação Prato. Flávio que era considerado "braço direito" do coronel Uyrangê Hollanda, naquela mesma data estaria se deslocando com sua equipe para a localidade de Salvaterra, situada na região frontal da ilha de Marajó.

* Vitório Peret é pesquisador em Ufologia e articulista de UFOVIA.
- Foto: Arquivo Via Fanzine.
- Produção: Pepe Chaves.
 
 Apêndice:
Revendo o 'Caso Francisco', décadas depois...
Tudo indica que o Sr. Francisco esteve exposto a alguma fonte eletromagnética e
possivelmente tenha passado pela experiência de abdução durante seu tempo perdido. 
Comentários de
Fábio BETTINASSI*
De Araxá-MG
Para UFOVIA
 
Pelo que parece a luz que os deixou “encandeados” trata-se de uma luz portadora ou atuando em conjunto com freqüências de microondas na faixa dos 2.9 Gigahertz, semelhante ao forno de microondas caseiro.
 
Porque este espectro da freqüência eletromagnética está em sintonia com a molécula da água. Por isso, o forno esquenta somente alimentos que contenham água em sua composição e não metais ou plásticos, porém esquenta a madeira.

Assim, podemos em analogia, atribuir o fato da queimadura nos olhos, por uma intensa irradiação de microondas. A luz pode ter a finalidade exploratória, funcionando como  uma espécie de escaner 3D.
IGARAPÉ AÇU - região de Igarapé Açu, entre afluentes do Tapajós (no alto).
 
Posso dizer que a suposta “nave” do lado de fora estava escaneando o telhado da casa e os moradores, simultaneamente, fazendo leituras usando as microondas. Podem existir outros elementos presentes, como: raio X, raios T, varreduras de infra-vermelho, ultra-violeta, espectrofotometria de genes, análises de DNA por microscopia eletrônica, ressonância magnética e telemétricos em geral. Tudo isso pode ser manipulado com freqüências eletromagnéticas variadas.
 
Em momento nenhum da narrativa foi falado sobre nave voadora. Por exemplo, poderia se tratar muito bem de um caminhão-laboratório ou tanque de assalto de guerra biológica, equipados com ferramentas de medições e interatividade. Ou mesmo, poderia ser algum outro tipo de veículo, ainda que bastante complexo, fosse convencional ou não, mas de tecnologia terrestre.
 
Vejo que três coisas são mais prováveis para explicar esta questão:
 
1 - Francisco pode ter sido abduzido pela suposta nave alienígena ou laboratório móvel e após quatro dias sua memória foi ‘deletada’, ele teria retornado então, até o momento em que saiu de casa pela primeira vez.  Com hipnose é possível acessar a lacuna entre o tempo físico e o tempo emocional de Francisco.
 
2 - É possível que Francisco tenha passado por um vórtex do tempo (espécie de portal) que o projetou quatro dias à frente. O fenômeno do vórtex do espaço-tempo é comum na região conhecida como Triângulo das Bermudas, além de alguns casos relatados no Chile.
 
3 – Ao avistar o objeto durante a noite ao lado de sua esposa, Francisco pode ter sido submetido a intensos campos magnéticos de forma a influenciar as regiões do hipocampo e da hipófise, produzindo nele a sensação física da inexistência dos 4 dias passados. Geralmente alterações nesta região do cérebro - que atua na percepção de tempo e dimensão -, afetam também regiões da memória por uma espécie de efeito colateral.
 
Quanto à constatação de plantas queimadas, considero evidências fortes de atividade eletromagnética de microondas de alta potência, porque  queimou o assoalho de tábuas e não a parede de alvenaria ou taipa, evidenciando uma característica da ação de uma determinada freqüência de microondas atuando na madeira.
 
Também fica patente (conforme afirma o cópia do laudo pericial do C.I.O.V.E. que obtivemos) que os vegetais queimaram-se de dentro para fora, exatamente como um forno de microondas residencial que aquece os alimentos de dentro para fora. Este tipo de queimadura em vegetais já foi bastante registrado, sendo fartamente encontrada em diversos casos onde figuram objetos e luzes estranhas atuando próximas ao solo.
 
Conclusões finais:
 
1) Possivelmente, a casa de Francisco foi examinada e escaneada em busca de inúmeros tipos de informações, inclusive, biológicas, físico-químicas e até arquitetônicas;
 
2) Francisco e Ana tiveram contato direto com possíveis fontes microondas em alta intensidade, além de terem sido possivelmente submetidos a diversos outros raios desconhecidos, com isso, ambos podem ter sofrido algumas alterações metabólicas alguns dias depois do ocorrido;
 
3) Francisco, durante os 4 dias de sumiço, provavelmente foi abduzido pela suposta nave ou laboratório móvel que projetou a luz.  Neste período poderia ter sido submetido a projeções de raios, freqüências eletromagnéticas diversas, que podem ter afetado as regiões do hipo-campo cerebral, causando um lapso entre o tempo real e o tempo biológico.
 
4) Francisco e Ana, posteriormente, podem ter portado alguma alteração genética, implante psicotrônico ou eletrônico e, quiçá, alguma espécie de nanomecanismo biológico com leitura orgânica; vírus ou princípio ativo de alguma experiência laboratorial conduzida em sigilo por civilizações de origem alienígenas ou por militares de grandes potências da Terra.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Produced By George Martin

Produced By George Martin

Novos serviços transformam o celular numa carteira digital



Débito, crédito ou celular? (Foto: Montagem sobre fotos Getty Images e divulgação) Você sai para jantar sem a carteira. Para pagar a conta, diz: “Meu nome é [insira o seu aqui]”. O garçom clica no visor do tablet dele. Um alerta em seu celular avisa sobre a cobrança. É assim que funciona o Square, sistema de pagamentos em uso nos Estados Unidos. Ele, hoje, é uma das maiores referências em pagamentos por celular. É aceito em 200 mil estabelecimentos, entre restaurantes, bares, cafés, salões de beleza, spas, lojas e até agências funerárias. Para usá-lo, o cliente precisa instalar um programa no celular, criar uma conta e inserir dados pessoais e financeiros. O sistema de GPS do telefone identifica quando o cliente chega a uma loja conveniada. O perfil do cliente aparece automaticamente na tela do tablet do caixa da loja. Ao cobrar, o funcionário verifica se a foto associada à conta corresponde à pessoa à frente.
Essa é uma das formas de usar o telefone como meio de pagamento. O serviço começará a se popularizar no Brasil a partir do próximo ano, quando todas as operadoras de telefonia deverão estar autorizadas a fazer do smartphone uma carteira digital. Se essa alternativa vingar, será a maior mudança na forma como pagamos por produtos e serviços desde a chegada dos cartões, nos anos 1950.
>> O celular que escraviza
O celular deixou de ser um aparelho restrito a fazer chamadas e a enviar mensagens há tempos. Os smartphones são computadores portáteis e poderosos. Exibem mapas, funcionam como minivideogames, tocam músicas e vídeos, enviam e-mails, navegam na rede. Os novos serviços de pagamentos aproveitam essa versatilidade. Boa parte de nossas contas já é paga eletronicamente, por cartão ou internet. Por que não usar o celular para fazer isso?
A maioria desses novos meios de pagamento usa duas tecnologias. A mais simples envolve uma troca de mensagens de texto. É o caso do serviço Paggo, lançado há um ano pela operadora Oi, pelo Banco do Brasil e pela rede Cielo. Depois que o número de celular é digitado na máquina de pagamentos da loja, o cliente recebe um SMS com a cobrança. Digita uma senha e a envia por mensagem para autorizar a compra. Os dados são codificados digitalmente para evitar fraudes. Com esse sistema simples, até um celular básico pode servir para pagamentos. Isso é importante no Brasil, onde só 14% das pessoas têm smartphone.
>> iPhone 5 começa a ser vendido no Brasil em 14 de dezembro, diz Apple 
Boa parte dos serviços de pagamentos por celular usa uma tecnologia de transmissão de dados conhecida pela sigla NFC. Os smartphones modernos (com exceção dos iPhones) já vêm com NFC. Para fazer um pagamento, basta aproximar o telefone da máquina de cartões da loja. No Japão, é possível pagar o metrô ou a conta do jantar dessa forma. A carteira digital do Google, lançada em 2011, também funciona assim.
Em 2012, pagamentos feitos pelo celular movimentaram US$ 212 bilhões, segundo a empresa de pesquisas Gartner. Cerca de 80% das transações são feitas por SMS ou pela web, e não com a NFC. “A NFC exige uma mudança de comportamento dos consumidores, e isso leva tempo”, diz Sandy Shen, diretora de pesquisa da Gartner. Mas o futuro passa por ele.
Hoje, 36% dos brasileiros não têm conta bancária. O celular pode ajudar a resolver esse problema 
No Brasil, os pagamentos com NFC estrearão em 2013. As quatro maiores operadoras de telefonia móvel fecharam parcerias com bancos, bandeiras de cartão de crédito e redes de pagamento para lançar carteiras digitais com NFC. “A tecnologia existe há uma década e está pronta para uso comercial há algum tempo”, diz Percival Jatobá, diretor de produtos da Visa. “Faltava acertar o papel de cada empresa nesse novo sistema.” Agora, o governo brasileiro prepara a regulamentação dos pagamentos por celular. Um grupo de especialistas do Banco Central e do Ministério das Comunicações criou as regras e as enviou à Casa Civil para aprovação. Elas deverão entrar em vigor no primeiro semestre de 2013.
>> Avaliamos os melhores sites para cuidar do seu dinheiro 
O pagamento por celular ainda desperta dúvidas. Seus críticos dizem que se trata de uma solução em busca de um problema. Não é incômodo nem trabalhoso usar um cartão. A principal defesa da carteira digital é uma alternativa para quem não tem conta bancária ou cartão de crédito, mas tem um celular. Hoje, 36% dos brasileiros se encaixam nesse perfil. Há, no país, 255 milhões de aparelhos, 32% mais que o total de habitantes. “Pode ser uma nova forma de o cidadão gerir dinheiro”, afirma o gerente de regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Nilo Pasquali. “Você depositaria dinheiro numa conta com a operadora e usaria o celular para pagar.”
Há outros benefícios, como gerenciar diferentes contas de banco, cartão, programas de fidelidade e vales-alimentação por um só programa no celular. “Ele ainda cria a possibilidade de pagar à distância”, diz o vice-presidente de produtos e negócios da Cielo, Eduardo Chedid. “Se o cliente estiver viajando, seu filho pode ir comprar um livro e pagar ao informar o número de celular do pai, que autoriza pelo telefone.”
>> Como gerenciar suas senhas 
O histórico de pagamentos eletrônicos revela hábitos e preferências do consumidor. Isso já acontece com cartões. Por isso, uma conta é bloqueada quando as compras fogem do padrão. Com o celular, o cliente pode ter benefícios. “Se alguém entra num shopping, uma loja pode ser informada e enviar uma oferta a essa pessoa”, afirma o diretor de produtos e serviços da Telefônica Vivo, Maurício Romão. “Isso cria um comércio personalizado.”
Ainda levará anos para os pagamentos por celular se tornarem cotidianos. Também é difícil que o smartphone acabe com o dinheiro ou cartões. Será mais uma opção de pagamento para quem quiser. Hoje, na hora de pagar a conta, deparamos diariamente com a pergunta: “Débito ou crédito?”. Em breve, poderemos retrucar: aceita celular?
Carteiras digitais (Foto: Reprodução/Revista ÉPOCA)
 

FEIRA DO EMPREENDEDOR 2012

Feira Do Empreendedor 2012

John Lennon - 32 anos de saudade

Eram quase onze da noite em Nova Iorque, e o cantor e compositor James Taylor estava em seu apartamento no exclusivo Edifício Langham, na vizinhança do Central Park West. Ele falava ao telefone com Betsy Asher, cujo marido o contratara ao selo Apple, dos Beatles, havia doze anos. 'Ela estava em Los Angeles e reclamava que as coisas estavam muito loucas por lá,' relembrou Taylor. 'Algo a ver com a família de Charles Manson e as maluquices que aconteciam. Daí eu ouvi os tiros. Alguém já tinha me falado que os policiais carregavam as armas não com seis, mas com cinco balas, então se você ouvisse um tiroteio de policial, seriam cinco tiros em sequência até a arma ser descarregada. Foi o que escutei - pá-pá-pá-pá-pá - cinco disparos. Eu disse para Betsy, "E você acha que é ai que as coisas estão loucas... Acabei de ouvir a polícia atirar em alguém aqui perto." Desligamos, e uns vinte minutos depois ela me ligou de volta, dizendo: "James, não era a polícia." A polícia chegou à cena em minutos, e a notícia estalou pelo rádio, sobre os tiros em frente ao Edifício Dakota, a uma quadra do Langham. A agência de notícias UPI telegrafou os primeiros informes: 'Polícia de Nova Iorque avisa: ex-Beatle John Lennon em situação crítica após ser baleado com três tiros em seu lar no Upper West Side, em Manhattan. Um porta-voz da polícia informou, sem mais detalhes, que um suspeito foi detido. Um funcionário do hospital disse: 'Tem sangue por toda parte. Estão trabalhando nele feito loucos.' A rede ABC correu a notícia ao longo da tela durante a transmissão de Patriots contra Dolphins, partida daquela segunda-feira à noite. Cinco minutos depois, o comentarista Frank Gifford interrompeu seu colega Howard Cosell: 'Não me importa o próximo lance, Howard, você tem que anunciar o que soubemos na cabine.' 'Sim, temos que comunicar isso,' disse Cosell gravemente, e acrescentou o que soou quase como um sacrilégio num país obcecado por esportes: 'Lembrem-se de que isso é só um jogo, não importa quem ganhe ou perca.' Então, com a solenidade de um locutor acostumado a dramatizar disputas esportivas, Cosell anunciou: 'Tragédia indescritível. 

Confirmada pela ABC Notícias de Nova Iorque. John Lennon, em frente a seu prédio no West Side de Nova Iorque, talvez o mais famoso dos Beatles, baleado duas vezes pelas costas, encaminhado às pressas ao Hospital Roosevelt' - cada palavra pronunciada lenta e cuidadosamente como um prego sendo batido na madeira - 'morto... ao chegar... Vai ser difícil voltarmos ao jogo depois dessa notícia.' Richard Starkey e sua namorada, a atriz Barbara Bach, estavam bebendo numa casa alugada, nas Bahamas, quando sua secretária pessoal, Joan Woodgate, entrou em contato com Starkey. 'Recebemos telefonemas dizendo que John estava ferido', relembrou ele. 'Depois ouvimos que estava morto.' Foi o primeiro dos Beatles sobreviventes a saber da notícia. 'John era meu amigo querido, sua esposa é uma amiga, e quando você ouve uma coisa dessas...' O horror rompeu a névoa anestésica de álcool que o protegia do mundo. 'Você não fica mais ali sentado, pensando no que fazer... Precisávamos agir, então voamos para Nova Iorque.' Primeiro, Starkey telefonou à sua ex-esposa, Maureen Cox, na Inglaterra. Hóspede na casa, Cynthia Lennon acordou com os gritos. Segundos depois, Maureen irrompeu no quarto: 'Cyn, atiraram em John. Ringo está na linha, ele quer falar com você.' Cynthia acorreu ao telefone e ouviu o som de um homem chorando. 'Cyn', soluçou Starkey. 'Eu sinto muito. John está morto.' Ela deixou cair o telefone e gritou como um animal apanhado numa armadilha. A irmã mais velha de George Harrison, Louise, acabara de se deitar, em Sarasota, Flórida, quando um amigo telefonou dizendo para ela ligar a TV. 'Meu primeiro pensamento foi que seria algo errado com George,' recordou ela. 'Quando soube, senti duas coisas - uma onda de alívio porque George estava bem e o horror pelo que tinha acontecido comjohn.' Ela tentou telefonar imediatamente para Friar. Park, a desmesurada mansão gótica de seu irmão, em Henley, mas ninguém atendeu. 'Naquela época eles deixavam o telefone embaixo da escadaria,' relembrou ela, 'para George não se incomodar.' Pelas duas horas seguintes ela discou o número repetidamente, mas só ouviu o toque de chamada. Por volta das cinco da madrugada em Londres, uma hora após o assassinato, a BBC estava pronta para dar a notícia ao mundo. Em sua casa com vista ao cais de Poole, a senhora, de 74 anos, Mimi Smith - tia de John Lennon, que cuidara dele desde seus seis anos de idade - dormitava ao zumbido reconfortante da rádio BBC de notícias. Ela não via o sobrinho havia nove anos, mas dois dias antes ele lhe dissera que retornaria à Inglaterra no Ano Novo. Ela ouviu o nome dele, sem saber se estava ou não acordada, depois percebeu que era o locutor falando sobre Lennon. Ela só teve tempo de repassar um pensamento familiar durante a infância dele - 'O que aprontou dessa vez?' - antes que o locutor confirmasse um temor que sempre a assombrara. Permaneceu deitada, sozinha e atenta, enquanto a esperança e a alegria morriam em seu coração. Uma hora depois, Louise Harrison desistira de telefonar a Friar Park e conseguira acordar o irmão Harry, que vivia numa casa diante da entrada da propriedade do irmão mais novo. 'Eu desabafei que John tinha sido baleado,' recordou ela. 'Harry disse que não havia motivo para acordar George àquela hora, porque ele não ia poder fazer nada. "Vou conversar com ele quando eu levar a correspondência, depois do café da manhã," foi o que Harry me disse.' A notícia se espalhou gradualmente pela comunidade Beatle. O assistente mais antigo do grupo, Neil Aspinall, tinha um vínculo especialmente estreito com Lennon. Quando Neil foi acordado, seu primeiro impulso foi telefonar à tia de John, Mimi: a chamada convenceu aquela senhora de que seu pesadelo era real. Depois Aspinall seguiu severamente pela hierarquia dos Beatles, telefonando à casa de Harrison, falando com Starkey antes de este seguir rumo ao aeroporto de Nassau, mas não conseguindo contatar McCartney, cujo telefone ficava desligado durante a noite. No chalé de McCartney, em Sussex, ninguém ligara a TV ou o rádio; Linda McCartney levou os filhos do casal à escola, como de costume.
 Enquanto ela estava fora, seu marido conectou o telefone e soube que o parceiro de composições e então desafeto, o homem que marcara, por vezes dolorosamente, sua vida adulta inteira, estava morto. Minutos depois, a esposa voltou para casa. 'Eu entrei com o carro', ela lembrou, 'e ele saiu pela porta da frente. Eu soube só de olhar para ele que algo absolutamente errado tinha acontecido. Eu nunca tinha visto ele assim. Desesperado.' Linda descreveu como 'horrível' o rosto dele. Então ele lhe contou o que ocorrera. 'Eu revejo claramente', disse ela depois, 'mas não me lembro das palavras. Só consigo me lembrar da situação por imagens.' Chorando e tremendo, o casal cambaleou para dentro da casa. 'Era insano demais', disse McCartney.'Tudo ficou borrado.' . Um ano depois, perguntaram a Paul McCartney como se sentira. 'Não consigo lembrar,' disse ele, apesar de conseguir, com clareza talvez excessiva. Reviveu as emoções clamorosas daquele momento: 'Eu não posso expressar. Não posso acreditar. Era loucura. Raiva. Medo. Insanidade. Era o mundo chegando ao fim.' Vacilando entre tristeza e irrealidade, começou a imaginar que também ele poderia tornar-se alvo de um assassino. 'Ele começou a imaginar que poderia ser o próximo,' revelou Linda McCartney, 'ou se não seria eu, ou as crianças, e eu não sabia mais o que pensar.' 'Era uma informação que você não conseguia assimilar,' confirmou o marido. 'Eu ainda não consigo.' George Martin, que supervisionara a carreira de gravações dos Beatles com cuidado paternal, foi acordado por um amigo americano ansioso para passar a notícia. 'Não foi uma boa maneira de começar o dia', lembrou. 'Telefonei imediatamente a Paul.' Os dois tinham encontro marcado para mais tarde, no estúdio de Martin, em Londres, onde McCartney estava gravando um álbum. Martin relembrou: 'Eu disse, "Paul, você obviamente não quer vir hoje, não é?" Ele disse "Deus, o que eu não posso é não ir. Eu preciso ir. Não posso ficar aqui com o que aconteceu." ' Como McCartney explicou depois, 'Ouvimos a notícia pela manhã, e o curioso é que todos nós reagimos da mesma forma. Separadamente. Todos simplesmente fomos trabalhar naquele dia. Ninguém conseguiu ficar em casa. Nós tivemos que ir trabalhar e estar com as pessoas que conhecíamos.' 'Nós' para Paul então significava, como na década de 1960, os Beatles, outro dos quais também tinha compromisso de gravação naquela tarde. Após ouvir que seu material mais recente era insuficientemente comercial, George Harrison relutantemente concordara em apresentar mais quatro novas canções. Seus colaboradores incluíam o percussionista Ray Cooper e o músico norte-americano Al Kooper, um insone que, assim como Mimi Smith, soubera da morte de Lennon pela BBC de notícias. 'Liguei para Ray e disse "Sabe o que mais?" ' lembrou Kooper. 'Eu disse "Devemos ir lá e levar ele [Harrison] pro estúdio, e trabalhar e tirar a cabeça dele disso", em vez de deixar ele cozinhando o assunto. Então o Ray concordou e fomos pra lá, e quando chegamos no portão tinha um milhão de jornalistas parados lá, na chuva. Saí do carro e eles começaram a gritar pra mim. Eu disse "Vocês não têm nada melhor pra fazer?" ' McCartney enfrentou uma situação semelhante nos estúdios AIR, de Martin, em Londres. 'Eu cumpri o dia de trabalho em estado de choque', disse ele depois. O músico irlandês Paddy Moloney estava lá. 'Foi um dia estranho', lembrou Paddy, 'mas tocar pareceu ajudar Paul a passar por aquilo.' George Martin recordou que a música cedeu lugar a uma terapia de grupo: 'Nós chegamos lá e caímos uns nos ombros dos outros, e nos servimos de chá e uísque, e nos sentamos juntos e bebemos e falamos e falamos. Conversamos e lamentamos John o dia todo, e isso ajudou.' Um amigo de infância de Lennon, Pete Shotton, que trabalhara para os Beatles no final dos anos de 1960, decidiu que 'queria estar com alguém que conhecesse John tanto quanto eu'. Ele chegou por volta do meio-dia à mansão de Harrison. '[George] pôs o braço no meu ombro e fomos em silêncio para a cozinha, tomar um chá. Conversamos em voz baixa, sem dizer muita coisa, e George foi atender uma chamada transatlântica de Ringo.' Depois desse telefonema, Starkey voou para Nova Iorque. 'Não podemos fazer muito mais que isso', disse Harrison a Shotton; 'temos só que seguir adiante.' Al Kooper foi conduzido à cozinha, onde encontrou Harrison 'branco que nem um papel, totalmente abalado. Tomamos um café da manhã todos juntos. Ele recebeu telefonemas de Paul e de Yoko, o que pareceu ajudar seu espírito, e depois fomos pro estúdio e começamos o dia de trabalho.' Em Nova Iorque, milhares de fãs em luto se reuniram ao redor do Edifício Dakota. Às duas da manhã, a polícia já isolara o local, com guardas armados de plantão na cena do crime. A viúva de Lennon, Yoko Ono, recordou: 'Voltei para cá e fiquei em nosso quarto, em frente à Rua 72. Eu só ouvia, toda noite, e pelas semanas seguintes, os fãs lá fora colocando os discos dele para tocar. Foi tão doloroso, simplesmente apavorante. Pedi aos meus assistentes que implorassem aos fãs para pararem.' A equipe informava aos fãs em vigília, nos momentos em que Yoko estava tentando dormir, e filtrava as chamadas em sua linha privativa. O filho de Lennon, Julian, então com 17 anos de idade, disse à sua mãe Cynthia que queria voar imediatamente da Inglaterra a Nova Iorque para acompanhar a madrasta e o meio-irmão. 'Fomos colocados diretamente em contato com [Yoko],' recordou Cynthia, 'e ela concordou que seria bom que Julian estivesse junto. Disse que iria arranjar um voo para ele naquela tarde. Eu falei da minha preocupação com o estado dele, mas Yoko deixou claro que eu não seria bem-vinda: "Não é como se você fosse uma colega de escola, Cynthia." Foi meio áspera, mas eu aceitei.' Quando Yoko falou com Paul, algumas horas mais tarde, o tom foi mais conciliador. 'Ela chorava, arrasada,' disse McCartney naquela noite, 'não tinha ideia por que alguém quis fazer uma coisa dessas. Ela queria que eu soubesse o quanto John era afetuoso a meu respeito.' Por mais de uma década, a relação entre Lennon e McCartney foi fragmentária e tensa, e a autoconfiança de McCartney ficou evidentemente abalada por aquele afastamento. O conforto de Yoko ajudou Paul a reerguer seu ego: 'Foi quase como se ela percebesse que eu me perguntava se a relação já não tinha desaparecido.' A morte de Lennon roubou, tanto de McCartney quanto de Harrison, alguém por quem ambos nutriam sentimentos preciosos. 'O consolo para mim,' refletiu McCartney em 1992, 'foi que, quando [John] morreu, eu tinha recuperado o nosso relacionamento. E eu sinto muito por George, porque com ele não foi assim. George seguiu polemizando até o fim.' Harrison e Lennon não se falavam havia muitos anos, e as entrevistas finais de Lennon mostraram o ressentimento com o antigo amigo. Ainda assim, a dor de Harrison foi salpicada de fúria em vez de autoquestionamento. Derek Taylor telefonou a Harrison naquela tarde e achou-o 'chocado, terrivelmente perturbado e com muita raiva. Ele disse que não queria dar uma declaração num momento daqueles, mas [o gerente de negócios] Denis 0'Brien disse que era necessário. Depois de mais ou menos uma hora, telefonei de novo para George e elaboramos uma declaração curta, sobre como ele reagiu à tragédia.' O profundo senso de espiritualidade de Harrison recobriu-se com sua raiva. 'Depois de tudo que passamos juntos', leu-se na declaração, 'eu tinha e ainda tenho amor e respeito por ele. Estou chocado e surpreso. Roubar a vida de alguém é o maior roubo possível. A invasão do espaço da outra pessoa chega ao limite máximo com o uso de uma arma de fogo. É ultrajante que pessoas que obviamente não têm as suas próprias vidas em ordem possam tirar a vida de outras.' Mais tarde, ele falou com sua irmã. 'George me ligou', disse Louise Harrison, 'e ele estava obviamente muito perturbado. Ele só me disse: "Mantenha-se invisível."' Depois, Harrison voltou ao seu estúdio na mansão. Al Kooper relatou: 'Nós meio que embebedamos ele, e seguimos fazendo tudo que era possível, até não sobrar mais nada pra fazer.' Enquanto McCartney e Harrison tentavam aliviar a dor com álcool e camaradagem, Richard Starkey e Barbara Bach voavam a Nova Iorque. 'Tínhamos que visitar a esposa dele,' explicou Starkey, 'no mínimo para dizer "oi, estamos aqui." ' Eles tomaram um táxi até o apartamento onde a irmã de Bach morava, e telefonaram de lá a Yoko Ono. 'Yoko realmente não queria ver ninguém,' lembrou ele. 'Estava realmente alterada - ela queria ver alguém e depois não queria mais. Então ficamos esperando um pouco, e aí ela disse: "Venham." Chegamos ao apartamento, e ela pediu que só eu fosse falar com ela - principalmente porque me conhecia havia muito mais tempo, e só estivera com Barbara umas duas vezes.' Uma década antes, John e Yoko informaram ao mundo que eram inseparáveis e indissolúveis: 'John&yoko'. Numa homenagem inconsciente ao amigo, Starkey espelhou então essa postura, dizendo a Yoko: 'Desculpe, mas nós vamos juntos a todos os lugares.' Ela então concordou em ver os dois, num breve e traumático encontro. 'Depois voamos embora', disse Starkey, 'porque não estávamos muito favoráveis a Nova Iorque naquele momento.' Em Londres, os efeitos apaziguadores da sessão de gravação tinham desaparecido em McCartney, e ele saiu pela Oxford Street. Uma falange de repórteres cercaram sua limusine, fazendo perguntas óbvias e irrespondíveis. Ele manteve a polidez, sombrio, a goma de mascar servindo como distração à dor. Para encerrar aquela provação, tudo que não conseguia dizer foi apertado em três palavras, atiradas com desprezo aos microfones vorazes: 'Chato isso, não?' A seguir, por força do hábito, acenou às câmeras e refugiou-se no carro. 'Foi o final de um dia inteiro em choque,' refletiu ele depois. 'Eu quis dizer "chato" no sentido mais pesado da palavra. [Mas pareceu] banal.' 'Ele foi muito criticado por isso,' disse George Martin. 'Eu senti cada golpe que ele recebeu. Foi uma tolice, mas ele foi pego com a guarda baixa.' Naquela noite, as duas redes britânicas de TV trataram o crime como se a vítima fosse um membro da família real. A BBC exibiu Help!, um dos longa--metragens dos Beatles, e a jovialidade popart da comédia acrescentou um verniz surreal à tragédia ocorrida. AITV reuniu em seus estúdios todos os que teriam alguma vaga justificativa para se arrogarem a especialistas em Beatles: biógrafos, críticos, efémeros astros do pop - 'todos os que supostamente teriam sido amigos de John', conforme disse um furioso McCartney depois. 'E os especialistas e comentaristas vieram com suas frases: "Sim, John era o mais brilhante da banda. Sim, ele era muito astuto. Ah, pois é, ele vai fazer muita falta, ele era grande, e isso e aquilo." E eu pensei: "Diabos, como é que conseguem sequer articular um diálogo como esse?" Mas foram eles os que se saíram bem, porque disseram as coisas adequadas para se ouvir. E eu fui o idiota que disse: "Que chato." ' Sem poder reagir, atingido pela perda do homem cujo senso crítico ele considerava acima de todos os outros, McCartney soltou sua fúria pela noite adentro. 'Chorei bastante,' revelou. 'Eu me lembro de ter gritado que Mark Chapman [o assassino de Lennon] era o mais idiota de todos os idiotas da história. Eu me sentia totalmente roubado, em crise emocional.' Por fim, o álcool apaziguou os Beatles sobreviventes. Starkey voou para Los Angeles, onde jantou no Mr Chow, em Beverly Hills, com Harry Nilsson, cantor e compositor desafiadoramente autodestrutivo que tinha sido companheiro de farras de Lennon. 'Ringo não mencionou os acontecimentos e o tumulto em Nova Iorque', disse Ken Mansfield, outro dos amigos nesse jantar, 'e eu não pude deixar de admirar o modo como ele lidou com a situação.' Entretanto, esse controle seria cada vez mais difícil de manter. Sem o conhecimento de Starkey, sua chegada ao aeroporto de Los Angeles foi monitorada por dezenas de policiais, devido a uma ameaça de assassinato feita por um desequilibrado, que iria ao desembarque disposto a rivalizar com a fama repentina de Mark Chapman. Enquanto isso, a polícia de Nova Iorque informava ao pessoal de Yoko Ono que uma pessoa tinha sido detida, no salão de entrada do Dakota, intencionando matar Yoko. Mas, para alguns, a tragédia trouxe recompensas. David Geffen, que acabara de lançar o último álbum de Lennon, espantou-se com o volume de pedidos que congestionaram as linhas das suas distribuidoras. Mesmo o cancelamento, em respeito ao luto, de toda a publicidade do álbum, não deteve esse afluxo. Os advogados de Lennon foram inundados de pedidos de licenciamento do nome do músico. Trabalhadores da fábrica de discos EMI, nos arredores de Londres, foram escalados em horas extras de emergência para suprir a demanda pelo catálogo de Lennon. Em menos de 24 horas, ele se transformou de músico em herói mundial, e os três membros sobreviventes dos Beatles passaram a formar com suas próprias histórias de vida um elenco de apoio a este novo mito. 'Não é difícil imaginar o golpe brutal que a morte dele significa para Paul, George e Ringo,' escreveu o colunista do Daily Mirror, Donald Zec, logo após o assassinato. 'Basta imaginar a repentina queda de um dos pilares de aço de uma plataforma de petróleo. Não há como reagir a esse tipo de catástrofe.' Apesar de todas as declarações insistentes de que já não se consideravam mais como Beatles, McCartney, Harrison e Starkey sabiam que iriam sempre ser definidos pelo monolito que projetava uma sombra em suas vidas. A perda de Lennon afetou cada átomo da existência deles. Para McCartney, encerram-se todas as esperanças de retomar contato com o homem cujo nome estaria ligado para sempre ao seu. E a familiar hierarquia dessa ligação -Lennon/McCartney, nunca McCartney/Lennon - se tornaria cada vez mais desconfortável nos anos seguintes. Ele não apenas perdera um amigo, mas o homem cuja aprovação ou desdém eram decisivos à sua autoconfiança. McCartney já lamentava a perda do amor e da estima de Lennon desde que Yoko Ono o substituíra como colaborador preferencial, em 1968. Agora esse lamento seria permanente, sem esperança de alívio. Vinte e cinco anos após o assassinato de Lennon, a lembrança ainda podia causar um colapso emocional em McCartney, em público. A relação de George Harrison com Lennon enraizava-se numa instância cósmica. Durante as experimentações dos dois com a expansão química da mente, em meados dos anos 1960, Harrison vivenciara um sentimento de profundo parentesco com seu frequentemente agressivo e sarcástico amigo. Apesar do pouco contato pessoal que tiveram durante a década de 1970, aos olhos de Harrison o vínculo não poderia ser rompido: era uma união espiritual, que sobreviveria ao túmulo assim como tinha superado anos de tensões públicas e particulares. No seu último encontro, Harrison ainda detectava nos olhos de Lennon aquele vínculo não declarado. 'Eu sempre me preocupei com Ringo,' observou Lennon após a separação da banda. Lennon, McCartney e Harrison transferiram às carreiras solo as suas já comprovadas habilidades como compositores. Starkey viu-se forçado a contar apenas com seu charme e camaradagem. Mas tais recursos se mostraram bastante fortes: em 1973, ele chegou perto de articular um reencontro dos Beatles, e no período antes do crime tentava uma superação conciliadora, com a produção de um novo álbum. McCartney e Harrison já haviam contribuído em sessões de gravação, e Lennon estava agendado para completar o serviço em janeiro de 1981. Mas era óbvio que nada, a não ser a presença mágica dos quatro Beatles juntos poderia despertar interesse significativo em qualquer coisa que Starkey fizesse. Sua carreira estava em queda livre desde meados dos anos de 1970, espelhando o declínio num alcoolismo agudo, conforme Lennon lamentava entre seus amigos. Seu relacionamento com Starkey era mais próximo e menos complicado do que as negociações com Harrison e McCartney, mesmo porque Starkey não representava nenhuma ameaça em termos artísticos ou financeiros. Lennon oferecia a Starkey amor incondicional e aceitação, valores que o milionário alcoólico lutava para consolidar em seu próprio coração conturbado. Cada um dos Beatles sobreviventes sofreu perdas especificamente pessoais em dezembro de 1980, mas o emocional foi apenas um dos níveis em que o assassinato de Lennon cobrou seu preço. Apesar da anulação da associação legal, os quatro Beatles ainda estavam presos numa teia claustrofóbica de obrigações financeiras. Literalmente dezenas de empresas criadas gerenciavam e consumiam suas fortunas individuais e corporativas. Alguns de seus auxiliares haviam elaborado métodos de manobrar os ganhos, de uma jurisdição fiscal para outra, o dinheiro seguindo em alta velocidade pelo mundo, de empresa a empresa, rumo a paraísos fiscais. Nenhum dos Beatles compreendia na totalidade as implicações legais das centenas de documentos e contratos que vinham assinando desde 1962. Era uma vez, havia muito, muito tempo, eles recebiam dos agenciadores, em Liverpool, pagamentos em notas amarrotadas e moedas e dividiam o dinheiro entre eles na parte traseira de seu carro de equipamentos. Agora, empregavam exércitos de especialistas financeiros, cujos objetivos eram aumentar a riqueza de seus clientes e as suas próprias comissões. Já passara o tempo em que os Beatles lidavam apenas com música. Agora seus interesses iam da produção de filmes até fazendas de gado leiteiro, além das misteriosas formas de corretagem financeira disponíveis somente a investidores obscenamente ricos. No início, os Beatles confiaram seus negócios ao empresário Brian Epstein. Este recrutou uma equipe de assistentes com reconfortantes sotaques de Liverpool, os quais continuaram a servi-los após a morte de Epstein, em 1967. Mas a perda de seu ingénuo, porém dedicado mentor, abriu as portas a confusões financeiras e a homens muito mais experimentados em negócios do que Epstein, mas por vezes muito menos leais. Uma luta ocorreu pelo controle dos interesses financeiros dos Beatles, mas tão logo o contador nova-iorquino Allen Klein triunfou, o prémio dissolveu-se diante de seus olhos. Em meados dos anos de 1970, quando a parceria profissional foi finalmente anulada, os Beatles tinham montado - e seria difícil a eles recordarem o modo como isso ocorrera exatamente - cada qual o seu próprio exército de advogados corporativos, assessores e conselheiros. Enquanto seus representantes se atiravam alegremente às batalhas judiciais e às manipulações financeiras, os Beatles podiam pelo menos sentir-se seguros em manter algum vestígio de controle sobre sua música. A medida exata de cada participação no atemporal catálogo de composições dos anos de 1960 foi uma questão sujeita a custosas disputas legais, e assim prosseguiria por anos a fio. Mas até o final dos anos 1970, quando as gravadoras começaram a ousar dizer não a Starkey e depois a Harrison, os estúdios de gravação permaneceram bastiões de independência ferozmente controlados pelos quatro. Em termos pessoais e criativos, os Beatles nunca foram inteiramente iguais, mas quando se tratava de assuntos que afetavam a todos, o voto de cada um possuía o mesmo peso. No entanto, já em 1968, Lennon introduzira um quinto elemento no quarteto: sua companheira, a cineasta experimental e artista de vanguarda Yoko Ono. Primeiro, ele insistiu na presença dela durante as sessões de trabalho dos Beatles; em seguida, abandonou o grupo e passou a colaborar apenas com ela. Finalmente, após o nascimento de seu filho, Sean, em outubro de 1975, Lennon tomou a fatídica decisão de nomeá-la sua procuradora em reuniões e negociações contratuais. Os outros três Beatles e seus assessores, extravagantemente bem-pagos, viram-se forçados a lidar com uma pequena mulher de fala macia, obstinada e absolutamente imprevisível, a quem eles sempre enxergaram com desconfiança e desconforto. Até dezembro de 1980, McCartney, Harrison e Starkey podiam tranquilizar-se com o fato de que seu ex-colega ainda tomaria parte nos negócios feitos em seu nome. Quando ele morreu, Yoko entrincheirou-se como a única guardiã do legado de Lennon: a autonomeada 'portadora da tocha', protetora dos interesses dele, curadora de seu arquivo, porta-voz de sua memória, e controladora de 25 por cento dos Beatles e de seu império de negócios. Não haveria mais os quatro Beatles, mas haveria sempre Yoko Ono, a rebelde de Manhattan. A elevação dela ao status de sucessora Beatle colocou os ex-colegas de Lennon diante de um enigma desconcertante. Desde o início, os quatro homens estabeleceram relações em diferentes níveis de respeito. Starkey era o baterista, com a graça redentora de sua imagem amável e autodepreciativa, armado com uma astúcia simples, mas divertida. Harrison era o 'Beatle quieto', apesar de uma vez queixar-se de que 'se eu era o quieto, os outros deviam ser realmente barulhentos'. Dedicado estudioso da guitarra, fascinado por filosofias orientais, dono de humor e seriedade igualmente secos, além de ser o compositor do que Frank Sinatra descreveu como 'a maior canção de amor do século XX'. (Todo o bom humor de Harrison foi necessário para ignorar a convicção, da parte de Sinatra, de que Something tinha sido feita por Lennon e McCartney.) McCartney era um enigma. Diabolicamente talentoso, motivado quase que obsessivamente por uma ética de trabalho implantada na infância, orgulhoso proprietário de uma veia criativa quase que sem paralelos na história da música popular, ele também era inseguro, atrapalhado diante da mídia, um artista por natureza e também um canastrão de nascença. Ex-funcionários o qualificaram como controlador maníaco. Mas o seu dom melódico contrabalançava todas as suas fragilidades humanas. Da mesma forma, por vezes, a determinação de produzir desequilibrou seu senso crítico artístico. Essa mistura de traços e características tornou-o o compositor musical de maior sucesso comercial de todos os tempos. Mas em algum nível de sua psique nada disso valia se ele não tivesse o respeito de John Lennon. Com a partida de Lennon, McCartney ficou preso a uma íntima parceria financeira com uma mulher que ele nunca compreendera, e que parecia nunca ter valorizado a pessoa e o talento dele. Nos anos seguintes à sua morte, Lennon foi retratato em cores vívidas e contraditórias. Alguns observadores afirmaram que seus anos finais se caracterizaram por falência criativa, uso de drogas e desespero suicida. Outros - a exemplo do próprio Lennon, em seu depoimento final - declararam que ele estava no auge de seus poderes criativos, totalmente reconciliado com sua musa, pronto para celebrar mais um deslumbrante capítulo da saga romântica que uma vez ele chamara de 'A Balada de John e Yoko\ Os redatores dos obituários o declararam 'um herói', que 'ultrapassou o entretenimento para chegar a oferecer uma filosofia de vida mais humana'. Pela estatura e pelas esperanças que inspirava, foi comparado ao falecido Presidente Kennedy: 'ambos representaram, cada um a seu modo,' afirmou o jornal The Times, 'as aspirações de uma geração'. Nas colunas editoriais que ainda representavam a voz da autoridade britânica estabelecida, o mesmo jornal declarou: 'Lennon era somente um dos membros do grupo, mas era o mais carismático e interessante, e talvez o mais importante.' Sua morte 'entrega à história a década que mudou mais radicalmente a sociedade britânica'. Como poderia Paul McCartney manter sua carreira artística após o antigo parceiro ser assim canonizado? Como poderia reivindicar sua parte no legado artístico dos Beatles, sendo ele desconfortavelmente mortal, enquanto Lennon ascendia ao nível dos deuses? A dor pessoal seria apenas uma das maldições; pelo resto da vida McCartney teria que batalhar com Yoko Ono por seu devido lugar na história. Havia agora três Beatles e um santo. Talvez esse tenha sido o mais cruel destino de McCartney: ele não desejava nada mais que recuperar o amor de Lennon, mas viu-se condenado a competir com a memória do parceiro por um reconhecimento que, por direito, já deveria ser seu. Dois dias antes de matar Lennon, Mark Chapman passou várias horas esperando inutilmente em frente ao Edifício Dakota. Dali, pegou um táxi ao bairro de Greenwich Village. Contou ao taxista que ele era um engenheiro de gravação, que tinha passado a tarde trabalhando no álbum que reuniria John Lennon e Paul McCartney. Chapman não podia ter sabido que McCartney tentara contatar seu ex-colega durante a produção do recém-finalizado álbum de Lennon, Double Fantasy, nem tampouco que o contato fora bloqueado por terceiros. Muito menos sabia que já haviam sido solicitados à prefeitura de Nova Iorque estudos sobre a viabilidade de uma apresentação de retorno dos Beatles no Central Park, ou que Lennon acabara de assinar um compromisso por escrito, afiançando que voltaria a colaborar com o grupo, pela primeira vez em onze anos. Todas essas fantasias e planos morreram com Lennon em 8 de dezembro de 1980. Os quatro Beatles haviam trabalhado juntos pela última vez em agosto de 1969; desfizeram a banda efetivamente um mês depois e anunciaram o fato na primavera de 1970. Um ano depois, a reputação deles seria rasgada em tiras diante do Tribunal Superior de Londres, quando Paul McCartney processou seus amigos para dissolver a sociedade formada por eles. Os quatro.Beatles costumavam naturalmente ter suas rusgas 'de irmãos', mas depois da separação os confrontos passaram a ser dignos de uma família da Máfia. Os jovens ídolos com seus penteados de franjas, ainda referidos como 'os rapazes' por uma já longamente sofrida equipe de produção, expuseram--se então como homensjá desgastados e amargos, deslizando inexoravelmente para fora da voga. Ao longo da década de 1970, os desentendimentos mantiveram a imprensa e o público atentos, a traçar as posições conflitantes como se fossem tropas num mapa militar. 

Os sinais de trégua entre os dois principais protagonistas seriam contrapostos pelos aumentos repentinos das animosidades de Harrison; se um Beatle sugeria que um retorno seria 'divertido', outro responderia com desprezo. No entanto, não importando quantas vezes os Beatles negassem que estavam prestes a se reagrupar, havia um entendimento compartilhado - pelo menos entre os ias - de que afinal de contas eles se reconciliariam, e (o que era igualmente controverso) de que esta volta seria artisticamente válida. O potencial comercial de um retorno dos Beatles nunca esteve em dúvida, mas não era somente dinheiro o fator que animava as ofertas de somas inimagináveis para uma única apresentação ou uma turnê. Nem era somente pela música, a razão ostensiva para o retorno. Ao sabor de seu humor momentâneo, os Beatles recebiam as inevitáveis perguntas sobre o futuro com uma mistura de suprema autoconfiança ('Se voltássemos a fazer algo, seria sensacional') e insegurança ('Seria tão bom quanto o que esperam de nós?'). Em última instância, conforme demonstrou a colaboração entre McCartney, Harrison e Starkey, na década de 1990, a realização artística não faria diferença; o importante seria o seu simbolismo. 'As relações sexuais começaram em 1963,' escreveu o poeta Philip Larkin, 'entre o fim da proibição a Chatterley e o primeiro LP dos Beatles'. E por 'relações sexuais' subentendiam-se todas as facetas do fenómeno cultural hoje conhecido como "anos 60" - liberação sexual, moda extravagante, protestos estudantis, pacifismo, a Carnaby Street, a Grosvenor Square, a Primavera de Praga, o maio de 1968 em Paris, LSD, maconha, liberação das drogas, amor livre, música livre, libertação de um passado e, conforme se viu, também de um futuro. Fatores múltiplos combinaram-se, colocando os Beatles no coração de toda essa agitação cultural, ou revolução, ou qualquer expressão que melhor descreva um sentimento coletivo de que o mundo nunca mais seria o mesmo. Houve uma coincidência de calendário: por acaso, a banda acabou nos últimos meses da década, e isso não foi graças a uma atenção aguda dos integrantes na construção de uma mitologia pessoal. Sua exuberância juvenil e sua recusa ao status quo vibraram no tom da inquietação de uma geração pós-guerra que atingia predominância demográfica. Eles exibiram uma incrível capacidade de assimilar tudo que entusiasmava as vanguardas artísticas e culturais, desde as drogas psicodélicas e a espiritualidade indiana até a música concreta e a arte pop, e reproduzir tudo isso para uma audiência de massas. Os Beatles não criaram os anos 1960, mas sua música e carisma venderam os anos 1960 para o mundo. Para além de sua existência ativa, os Beatles passaram a ser usados como ilustração das mais absurdamente diversas descrições da década de 1960. Alguns comentaristas culparam-nos pelos males culturais da década: a falta de respeito pela autoridade, as relações sexuais extraconjugais, o uso de drogas, os palavrões, a decadência moral da sociedade. Menos controversamente, os Beatles colocaram-se com outros ícones da época numa colagem aparentemente sem remendos, tão evocativa e - depois - tão culturalmente esvaziada quanto uma união de: JFK, as minissaias, conflagrações urbanas, jlower power, a Guerra do Vietnã, e a chegada à Lua. Reduzidos a terninhos bem-cortados e fãs histéricas, eles ofereceram a suavidade da nostalgia sem os solavancos inquietantes da realidade. Emergiu de fato a sensação de que eles atravessaram a década de 1960 imunes à história, tão afastados de sua época quanto da necessidade cotidiana de obter alimento. Fama e fortuna exilaram os Beatles da revolução juvenil que supostamente lideravam, e um dos sintomas da desintegração inevitável foi a crescente incapacidade quando confrontados com a vida fora da redoma - notavelmente ao montarem seu utópico império de negócios, a Apple. O grupo imaginava ser capaz de contornar as necessidades comerciais usando simplesmente o poder de seu nome. Não era a imaginação prodigiosa de toda uma geração desabrochando, mas sim a ingenuidade de homens (não mais 'os rapazes') que esqueceram como lidar com a realidade. Como nobres príncipes superprotegidos, diante de uma máquina de vendas automáticas na rua, eles se viram perplexos e confusos. Isso os tornou presas fáceis de homens de negócios que eram tudo menos idealistas e que reconheciam uma oportunidade de faturar quando surgia alguma diante deles. A medida que seu império decaía por dentro, os Beatles viam-se forçados a confrontar suas diferenças individuais. Estas gradualmente superaram a solidariedade que dera suporte à vertiginosa ascensão à fama. Muitos desses detalhes eram esquecidos quando se falava sobre uma volta dos Beatles. Ninguém contemplava um retorno aos dias sombrios de 1969, quando Lennon e McCartney frequentemente evitavam permanecer no mesmo ambiente, e Lennon fazia questão de se ausentar quando uma canção de George era gravada. Não piscava nenhum sinal daquela disputa judicial que os colocara uns contra os outros e expusera suas recriminações amargas. Mas mesmo os mais sonhadores, a torcer por um retorno, não poderiam esperar que a banda se parecesse ou soasse como em 1964, quando sua energia irrefreável conquistou o mundo. Não: o que se exigia de um reencontro dos Beatles era que o público se sentisse como quando ouviu / Wanna Hold Your Hand pela primeira vez, ou quando fumou um baseado ao som de Sgt. Pepper. O que as pessoas queriam não era os Beatles, mas o passado delas, despido de sofrimento e ambiguidade. Mas foi precisamente uma combinação de sofrimento e ambiguidade o que destruiu o sonho.

Texto extraído do livro de Peter Dogget “A Batalha Pela Alma dos Beatles”.