Gravado na terceira das quatro noites em que lotaram o Pavillon de Paris (o disco é uma mistura de canções das duas noites anteriores), o DVD mostra um grupo no topo de sua forma criativa e com um setlist que, hoje, é quase um greatest hits. Canções como The Logical Song, Breakfast In America, Hide In Your Shell, Dreamer, Take the Long Way Home e Give a Little Bit, são facilmente cantaroladas por qualquer passarinho com mais de 30 anos.
O trabalho de restauração da imagem é primoroso, levando-se em conta a idade do filme e as condições nas quais foi gravado – apenas quatro câmeras de 16mm e com uma iluminação de show de rock dos anos 70, ou seja, quase nenhuma. As imagens são nítidas e os poucos ‘efeitos especiais’ utilizados em nada atrapalham a edição.
Já o som – inclusive na mixagem 5.1 – é de cair o queixo, mostrando que – ao contrário do que dizem alguns produtores nacionais – é possível recriar de maneira fiel a atmosfera de um concerto. É praticamente uma nova edição do CD, com algumas pequenas diferenças na escolha das canções. Nunca Rick Davies (teclados, vocais e gaita), John Helliwell (saxophones, teclados e backing vocals), Roger Hodgson (guitarra, violão, teclados e vocais), Bob Siebenberg (bateria) e Dougie Thomson (baixo), nunca soaram tão bem.
A mistura das influências jazzísticas de Rick Davies com o apelo melódico-pop-beatle de Roger Hodgson levaram o Supertramp a dominarem as paradas no fim da década de 70. O LP Breakfast in America vendeu milhões de cópias, mas seu sucesso não foi capaz de aplacar a briga de egos entre os dois principais compositores e cantores da banda.
Ainda houve um último disco de estúdio – Famous Last Words (1982) – antes que Hogson resolvesse deixar a banda para passar mais tempo com a família.
Hoje, Davies é o detentor dos direitos do nome Supertramp e ainda faz shows esporádicos com John Helliwell e outros músicos. Já Hodgson mantém um calendário mais consistente de apresentações – com algumas passagens pelo Brasil – com um repertório que inclui vários sucessos do Supertramp que, segundo ele, são “canções minhas, já que várias delas eu compus antes mesmo de entrar para a banda”.
“Eu sei que existem fãs que gostariam que isso acontecesse. Houve um tempo no qual eu mesmo sonhava com isso. Mas, para apresentarmos um grande show é preciso harmonia, tanto musical como pessoal. Infelizmente, isso não existe mais entre nós e eu prefiro não destruir as ótimas memórias que tivemos”, argumenta Rick Davies, com convicção.
Portanto, fiquemos com as memórias de um dos melhores shows de todos os tempos. Imperdível para os amantes do grupo.
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